O vale do rio Guaporé, em Rondônia, representa uma das regiões mais diversas da América do Sul em termos de línguas indígenas. Nesta região, incluindo os lados brasileiro e boliviano, fala se no total mais de 40 línguas indígenas, que pertencem a pelo menos sete (macro-) famílias linguísticas, sendo que umas 10 línguas ainda não foram classificadas e podem representar línguas isoladas. A maioria dessas línguas está ameaçada de extinção. Enquanto um certo número destas línguas tem viabilidade para ser mantida no futuro, outras, como o Arikapú (um falante), parecem moribundas. Felizmente, nos últimos 15 anos, muitas das línguas foram documentadas e descritas por linguistas profissionais brasileiros e estrangeiros, e os resultados se tornaram accessíveis. O estudo destes materiais está gerando novos entendimentos sobre as relações entre as línguas, que estão tendo consequências para a ciência linguística em geral, e para a reconstrução das migrações pre-históricas e da povoação indígena de América do Sul. Assim, este projeto aprofundou o entendimento das relações linguísticas na região do Guaporé, estudando o material existente, em correspondência com colegas brasileiros e estrangeiros, e preenchendo lacunas no material por meio de trabalho de campo.
Coordenador: Hein van der Voort